terça-feira, 4 de dezembro de 2007

 

DANÇAS DE TRADIÇÕES FOLCLORICAS PARAENSES


DESFEITEIRA: A Desfeiteira, conjuga dança e música tal quais as demais manifestações: Homens e mulheres participam. As mulheres trajam vestidos rodados estampados com a blusa branca enfeitada de renda. Os homens usam calça lisa e blusas floridas. Os elementos dançam aos pares. Quando a música acaba, o casal que se encontra em frente ao conjunto de música paga uma prenda: faz a desfeita para outro, que responde. O desafio é feito em quadras. Alguns versos são criados na hora, enquanto outros são fixos, já decorados. Os versos são cantados. Termina quando todos os pares pagarem sua prenda.
DANÇA DO ARIRAMBA: É um tipo de manifestação preservada no município de Belterra. A dança da ariramba é composta por pares. As mulheres trajam saias franzidas verdes e blusas brancas; os homens, calças azuis e camisas verdes.
O ritmo, segundo informações, assemelha-se ao do carimbó, sendo mais ligeiro. Entram as mulheres dançando no salão ou terreiro e são seguidas pelos homens. O grupo cumprimenta o publico que assiste cada um para um lado e seguram-se as mãos; roda cada um para um lado e seguram-se as mãos novamente. Os passos são iguais para todos os pares. Um deles é girar de mãos dadas. Termina saindo em duas filas, uma de homens, outra das mulheres.
DANÇA DO TIPITI: O desenvolvimento da dança do tipiti é semelhante às danças do pau-de-fita. É, nitidamente, uma dança oriunda do trabalho, pois, sua coreografia, consiste em tecer e destecer ou não fitas coloridas.
Os brincantes vão dançando em redor do mastro, enquanto, nele enrolam e desenrolam fitas coloridas que tem uma extremidade amarrada ao alto do mastro, enquanto que a outra vai segura na mão de cada brincante. Com isso imitam, ou simulam a fabricação do tipiti verdadeiro, instrumento cilíndrico, oco, feito com talas de arumã, provido de duas alças na extremidade, que serve para espremer o tucupi da massa de mandioca. Enchendo-se a parte oca do cilindro, prende-se no alto a alça de uma extremidade, enquanto que se coloca um peso na alça que fica para baixo, pendurada. Com isso espreme-se a peça, fazendo o caldo escorrer, deixando a mandioca totalmente seca, para a fabricação da farinha.
Na dança do tipiti, tomam parte rapazes e moças, em igual número, podendo variar de doze a trinta e seis, ou mais participantes. As fitas são geralmente de duas cores, havendo quem prefira mais cores, para maior efeito. O mastro ou pau deverá ter três metros de comprimento, terminando por um florão ou simplesmente um topo. Os participantes, moças e rapazes, ou mesmo crianças, vestem trajes estampados alegres. A dança já está incorporada aos festejos da quadra junina. Também é modalidade peculiar de Alter do Chão.


FONTE: Inventário Cultural do Pará
TEXTO: Augusto Barros
IMAGEM: Grupo de Tradições Marajoara Os Aruãs

 

DANÇAS DE TRADIÇÕES FOLCLÓRICAS PARAENSES


CARIMBÓ OU CURIMBÓ: Segundo Bruno de Menezes, o carimbo no Pará tem uma classificação especial que podemos descrevê-la da seguinte maneira:

Carimbó praieiro: da Micro-região do salgado.
Carimbó pastoril: de Soure (Micro-região de campos de Marajó).
Carimbó agrícola ou rural: de Santarém, Óbidos e Alenquer (Médio Amazonas Paraense).

O carimbó ou curimbó é uma manifestação folclórica constituída de coreografia, ritmo e cantoria. Teve, provavelmente, origem negra (o batuque), e sofrendo, um processo de aculturação, peculiar influência indígena, deixando de ser dança de negros, para se tornar dança em que predominam caboclos e mestiços.

A denominação de carimbó ou (curimbó) é aplicada, indistintamente, ao instrumento, à dança e à música.
Sobre o instrumento, Vicente Chermont de Miranda disse: “É feito de tronco, internamente cavado, de cerca de um metro de comprimento e de 0,30 de diâmetro; sobre uma das aberturas se aplica um couro descabelado de veado, bem entesado. Senta-se o tocador sobre o tronco, e bate em cadência com o ritmo especial, tendo por vaquetas as próprias mãos. Usa-se o carimbó na dança denominada batuque, importada da África pelos negros cativos.
Quanto à dança, relata Vicente Sales: “A configuração coreográfica mais geral é a de uma grande roda que circula pelo salão durante algum tempo; às vezes a roda se desfaz e os pares volteiam, sem se tocar, ou permitem a encenação de solistas.”

No que diz respeito à música, inegavelmente, a base está nos tambores, que recebe a complementação de flauta, xeque-xeque, clarinete, cavaquinho e violão ou até violino, sendo que com muita raridade.
DESFEITEIRA: A desfeiteira, como o curimbó, o marambiré e várias outras manifestações folclóricas como o camelu, constituem o MARABAIXO, nome geral pelo qual se designa o conjunto de manifestações profanas, enquanto a expressão SAIRÉ ficava reservado aos aspectos religiosos da festa.
Antigamente ao chegar do roçado, do PUXIRUM, os caboclos se reuniam para tocar, dançar e fazer versos. A desfeiteira é uma canção que se encontra gravada no disco “Música popular do Norte” o grupo que a executava denominava-se ESPANTA CHÃO, a música deixou de ser executada pelos grupos da região de Alter do Chão em virtude da repressão feita pelos padres americanos em relação a sua apresentação.
Fonte: Inventário Cultural do Pará
Texto: Augusto Barros - Imagens: Grupo de Tradiçõs Marajoaras Os Aruãs


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